segunda-feira, 18 de março de 2019

quase desmaiei ao ver sua foto.
a cabeça canta IDGAF mas o coração é todo can't remember to forget you.

quinta-feira, 14 de março de 2019

[...]

- não gosto de usar cinto de segurança, amassa a roupa.
- nossa, eu nem ligo. aliás, nem passo roupa.
- jamais que eu saio na rua com uma roupa não passada!
- é você quem passa suas roupas?
- não, é minha mãe.

[...]

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

semana passada fez seis anos do acidente na boate kiss, em santa maria. eu me lembro do dia. estava na casa da minha mãe enquanto as notícias passavam na TV, chorei copiosamente a tarde toda. enquanto eu limpava o nariz ou tentava me acalmar bebendo um copo d'água, ouvia "para de ser ridícula, precisa chorar desse jeito? olha seu estado. você nem conhece essas pessoas!".
essa era a pessoa que dizia me amar. muito claramente ele não me conhecia também.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

aquele flerte não existe. ele não quer flertar com você.
ele não flerta porque a deseja, ele flerta porque quer vê-la desejando-o. ele flerta porque sabe que naquele momento sua atenção vai distraí-lo da sua existência insignificante.
ele flerta por esporte.
é engraçado que você caia sempre na dele. você sabe que depois de beijá-la ele vai procurar novas atenções, em novas pessoas.
pode ser nos amigos dele, pode ser na sua amiga.
mas o trabalho dele com você está concluído, você já deu o que ele queria.













amanhã ele repetirá tudo de novo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

to my 27 yo self

psiu, vem cá. você está prestes a passar pelos piores cinco anos da sua vida. mas se acalme, querida. você não está louca. você não está exagerando. isso está realmente acontecendo e é real. vai chegar uma hora que você vai se questionar se é capaz de suportar. vai duvidar de você mesma. mas, olha: você não precisa suportar. seu amadurecimento é taurino: lento e constante. mas quando você vir, não vai conseguir desver. esses anos, por mais doloridos, serão importantíssimos. e sua libertação vai ser tão real que teremos a sensação de uma vida antes disso e outra depois disso. obrigada por ter aguentado firme aí, sem nunca esmorecer. obrigada por nunca ter se esquecido de lutar. obrigada por ter feito isso por nós. sinto muito orgulho de você, e tenho certeza que você se orgulharia da mulher que somos aos 37.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

vc me perguntou se eu sentia saudade. sinto, sinto sim. todos os dias. penso em vc da hora em que acordo à hora em que vou dormir. sinto saudade do seu café, do sorriso de canto de boca, da maneira como coçava a cabeça, das mãozonas batendo com vontade na minha bunda.

mas essa saudade não é necessariamente uma falta. vê que curioso? não sinto sua falta.

acho que sinto saudade do que eu queria que a nossa relação fosse. sinto saudade dos rolês que nunca demos, das viagens que nunca fizemos, das músicas que nunca cantamos.

mas a nossa relação era minha responsabilidade e eu não sinto falta nenhuma disso. não sinto falta de ser responsável pela sua felicidade.




segunda-feira, 3 de setembro de 2018

pelota

há dias em que só quero você. o mundo poderia desaparecer, se vc estivesse ao meu lado. rindo a sua risada mágica ou lendo contos de serial killer ou bebendo até morrer ou falando com vozinha com os gatos ou fazendo sopa de feijão ou compartilhando nosso silêncio tão confortável.



não imaginava que saudade era assim.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

era como se milhares de lâminas atravessassem seu corpo.
o primeiro beijo passando em looping em sua mente. fica comigo, ela dizia. estamos juntos, ela dizia.
estavam. até que não estavam mais.
quando foi que o amor virou apatia?
ouvia dizer que a tristeza significa que não houve tempo desperdiçado.
agora ela só conseguia se lembrar dos sorrisos durante os cafés da manhã compartilhados na mesinha, com os gatos puxando a toalha.
foi ela mesma quem tomou essa decisão?
as longas noites de música, gin tônica e sexo. dá pra ficar embriagado de sexo? os dois haviam sentido a mesma embriaguez, numa entrega sem precedentes.
ele a esperava com um chá de gengibre, para que se sentisse melhor da gripe.
ela, com o coração já partido, tomava o chá e dizia que precisava ficar sozinha.
a dependência dele a incomodava um pouco. sufocava, talvez.
ansiava que ele fosse completo, assim como ela, para que então pudessem caminhar juntos - como dois.
um dia ela admirou aquela felicidade quase infantil. sorriso de neném, ela dizia.
"este rompimento é a vitória do nosso amor, não a derrota." não se lembrava de ter visto nele essa lucidez.
o desejo era claro ali. se abraçaram. se beijaram.
se despediram.
hasta siempre, ele disse.
era como se milhares de lâminas atravessassem seu corpo.

nesta manhã não teve bom dia. não teve café quentinho. mesmo os gatos estavam apáticos.

o vazio tinha tomado conta de tudo.

terça-feira, 15 de abril de 2014

hoje eu chorei. chorei no carro, vindo para o trabalho.

faz duas semanas que nos separamos e hoje foi a primeira vez que chorei. e nem foi uma música a me trazer você na memória, pois, ineditamente, esqueci de ligar o som do carro.

vai ver foi o silêncio mesmo. esse silêncio tão dolorido com o qual eu convivi diariamente nos últimos tempos. o silêncio que eu não podia quebrar pra não te atrapalhar – nos seus estudos, nos seus ensaios, nos seus trabalhos, nas suas leituras.

chorei de raiva. de raiva de você. de raiva da sua fraqueza. de raiva do seu egoísmo. de raiva de passar sábados à tarde sozinha em casa enquanto você "resolvia suas coisas". de raiva de ter ido sozinha às bodas de papel da minha prima. de raiva de ter voltado de ônibus sozinha para casa, tarde da noite, debaixo de chuva, por que você não podia parar de tocar para ir me buscar. chorei de raiva de não poder assistir futebol na televisão.

estive sozinha por tanto tempo... e te disse isso tantas vezes!! mas aparentemente você estava ocupado demais com "suas coisas" para escutar o que sua esposa dizia.
esse seu egoísmo, esse seu medo idiota de se relacionar... estive cinco anos ao seu lado pra te amar, pra te ensinar a amar – e não a me amar somente, mas a amar a vida, o mundo, as pessoas.
falhei miseravelmente.

chorei de raiva de você por me obrigar a deixar você.